sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tomás de Aquino - O mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios...

No post anterior Corpus Christi em Ouro Preto, lemos que em 1264, o papa Urbano IV pediu a Santo Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração do Corpus Christi.
Quem seria esse filósofo e religioso, proclamado santo, que afirmou: "não pode haver contradição entre fé e razão."
Vamos conhecer juntos um pouco mais sobre sua vida...


São Tomás de Aquino foi um padre dominicano, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica.




















Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na Escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles.
Em suas duas Summas, sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época: são elas a Summa Theologiae, a Summa Contra Gentiles.
A partir dele, a Igreja tem uma Teologia (fundada na revelação) e uma Filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus.
Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem.
Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão.
Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e a essência do mal é a privação ou ausência do bem.
















Santo Tomás de Aquino que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios, nasceu em família nobre em 1225 no castelo de Roccasecca no reino de Nápoles.
Com apenas cinco anos, seu pai, conde de Landulfo d’Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino onde recebeu a educação, a sua família esperava que viesse a ser beneditino e manifestava a esperança de vê-lo como um futuro abade, o que era uma condição de muito prestígio e poder.
Aos 19 anos, contra a vontade da família, entrou na Ordem fundada por São Domingos de Guspão.
Estudou filosofia em Nápoles e depois em Paris, onde se dedicou ao ensino e ao estudo de questões filosóficas e teológicas. Estudou teologia em Colônia e em Paris se tornando discípulo de Santo Alberto Magno que o "descobriu" e se impressionou com a sua inteligência.
Por este tempo foi apelidado de "boi mudo".
Dele disse Santo Alberto Magno: "Quando este boi mugir, o mundo inteiro ouvirá o seu mugido."
Foi mestre na Universidade de Paris no reinado de Luís IX de França morrendo, com 49 anos, na Abadia de Fossanova, quando se dirigia para Lião a fim de participar do Concílio de Lião, a pedido do Papa.
Além da sua Teologia e da Filosofia, desenvolveu também uma Teoria do conhecimento e uma Antropologia, deixou também escrito conselhos políticos: Do governo do Príncipe, ao rei de Chipre, que se contrapõe, do ponto de vista da ética, ao "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel.
Com o uso da razão é possível demonstrar a existência de Deus, para isto propõe as 5 vias de demonstração:

Primeira via

Primeiro Motor Imóvel: Tudo o que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido.

Segunda via

Causa Primeira: Decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas.
É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.

Terceira via

Ser Necessário: Existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser.

Quarta via

Ser Perfeito: Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais seres.

Quinta via

Inteligência Ordenadora: Existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.

Sobre o Verdade:

"A verdade é definida como a conformidade da coisa com a inteligência".
Tomás de Aquino concluiu que a descoberta da verdade ia além do que é visível.
Antigos filósofos acreditavam que era verdade somente o que poderia ser visto.
Aquino já questiona que a verdade era todas as coisas porque todas são reais, visíveis ou invisíveis, exemplificando: uma pedra que está no fundo do oceano não deixa de ser uma pedra real e verdadeira só porque não pode ser vista.

Sobre a Ética:

Segundo São Tomás de Aquino, a ética consiste em agir de acordo com a natureza racional. Todo o homem é dotado de livre-arbítrio, orientado pela consciência e tem uma capacidade inata de captar, intuitivamente, os ditames da ordem moral.
O primeiro postulado da ordem moral é: faz o bem e evita o mal.

Sobre o Ser Humano:

Partindo de um conceito aristotélico, Aquino desenvolveu uma concepção hilemórfica do ser humano, definindo o ser humano como uma unidade formada por dois elementos distintos: a matéria primeira (potencialidade) e a forma substancial (o princípio realizador).
Esses dois princípios se unem na realidade do corpo e da alma no ser humano.
Ninguém pode existir na ausência desses dois elementos.

Uma "pérola" de São Tomás de Aquino:

Conta-se que Tomás de Aquino, o "doutor angélico" da Igreja Romana (1330 d.C.), ao visitar o Papa Inocêncio IV, este, depois de lhe haver mostrado toda a fabulosa riqueza do Vaticano, disse, fazendo alusão às palavras de Pedro ao coxo da porta Formosa (Atos 3:6):
- Vês, Tomás? A Igreja não pode mais dizer como nos primeiros dias: "Não tenho prata nem ouro..."
- É verdade - confirmou Tomás - Mas também não pode mais dizer ao coxo: "Levanta-te e anda".

Fonte: Wikipédia e internet.

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