Quem é mineiro, se orgulha de ter por aqui "O Giramundo", que é um dos maiores grupos de teatro de bonecos do mundo.
Foi criado em 1970 pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Terezinha Veloso e Maria do Carmo Vivacqua Martins.
Então, quando eu li essa matéria sobre o Festival Internacional de Bonecos, resolvi divulgar aqui no "meu jardim", com os devidos créditos...
O senhor dos sonhos, da companhia Truks,
de São Paulo, é sensível e delicado
Por Janaína Cunha Melo
A 11ª edição do Festival Internacional de Bonecos começou quinta-feira passada, com espetáculo de alto nível na Praça Duque de Caxias, em Santa Teresa.
Com produção caprichada, que respeita as necessidades do público, a apresentação de D. João e a invenção do Brasil – nova peça da Catibrum – ofereceu cadeiras e estrutura adequada para a plateia, que lotou a sessão.
Na sexta, foi a vez da companhia chilena Viaje Inmóvil surpreender com El último heredero, no teatro Oi Futuro.
Com direção de Jaime Lorca, que também atua como bonequeiro, o trabalho demonstra a consolidação do teatro de bonecos como gênero de extrema relevância para a reflexão a respeito da produção cênica contemporânea.
Rica de referências histórias, com conteúdo crítico e narrativa de tirar o fôlego, pela inquietação que provoca, a história do último herdeiro de uma família ligada ao regime imperial é um espelho da sociedade moderna, com o que ela tem de pior.
No dia a dia de uma família pitoresca, Nepomuceno é um garoto rejeitado pela mãe.
Ela nega a existência do filho mais velho e o esconde para dedicar atenção exclusiva ao caçula, fruto de um relacionamento extraconjugal com um artista, por quem ela se apaixona.
Fatos trágicos acompanham o garoto até a morte dos familiares, mas Nepomuceno não desiste de encontrar amor entre os seus, e deixa o público comovido quando oferece flores à mãe no momento em que se espera reação negativa do menino.
A trama se desenvolve em cenário ágil, com engrenagem que ajuda a dar ritmo à narrativa.
Os bonecos criados pela companhia são outro diferencial do trabalho.
Favorecidos pela textura da iluminação, ganham vida sem que se pretenda confundir a plateia com ilusões de ótica.
Não há dúvidas de que são objetos, que ganham intensidade dramática com a competente interpretação de grupo composto por atores de excelente performance.
Com domínio das técnicas de manipulação, eles contracenam com os outros personagens e ao mesmo tempo emprestam emoção aos títeres.
IMAGINAÇÃO
As crianças também tiveram diversão garantida com a programação deste fim de semana.
Além do gracioso João e o pé de feijão, da Fabulosa Cia de Bonecos, de Belo Horizonte, o festival apresentou O senhor dos sonhos, da Cia Truks, de São Paulo.
Sensível e delicado, o espetáculo conta as proeza de Lucas, um escritor que relembra seus feitos quando criança.
Narrado em primeira pessoa, revela dilemas dos pequenos, que transitam entre o encantado mundo da imaginação e a difícil realidade, com regras que precisam ser obedecidas.
Em O senhor dos sonhos, mais uma vez a ação direta dos atores representou elemento importante e indispensável à cena.
Ao contrário da escola que busca alto grau de “independência” dos bonecos, em pelo menos dois espetáculos do evento a narrativa ganhou consistência com o trabalho dos atores em evidência.
Ontem, estrearam na cidade duas performances, que se repetem hoje, na programação.
As aventuras de Benedito, com a Mamulengo Jabotá, de Rio Branco, no Acre, e Mono, the monkey, da Electric Circus, da Holanda.
Confira a programação completa em www.festivaldebonecos.com.br
Fonte: Sessão Teatro do Uai
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