segunda-feira, 21 de junho de 2010

Socorro! A Minha Empresa é um Saco!

Mais uma vez, o meu querido colaborador Alessandro Junio Almeida da Creatte Comunicação, me enviou, por email, um texto do Ricardo Jordão, que eu adorei e resolvi divulgar aqui no "Meu Jardim"...

"Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é indispensável.
Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz." (Victor Hugo).

O que fazer quando se trabalha em uma empresa que não tem nada de divertido, bonito, inovador ou maluco?
O que fazer quando se trabalha em um lugar que não tem plano de negócios algum, nem direção, nenhuma comunicação entre os departamentos, nenhum mentor?
O que fazer quando se trabalha em um lugar onde ninguém acredita em treinamentos, não existem reuniões freqüentes, o web site é terrível, e a última vez que algum tipo marketing foi feito pela empresa a internet não existia?
O que fazer quando você não pode sair desse buraco porque o buraco é seu, ou você simplesmente não tem outro lugar para ir, pelo menos por hora?
Bom, a primeira coisa a fazer é assumir que esses “problemas” são questões secundárias, provavelmente irrelevantes.
Esses problemas não são nem de perto as principais questões que precisamos endereçar na empresa.
Dias atrás, após terminar uma palestra, uma jovem fez a seguinte pergunta,
“Ricardo, há anos eu dou todo o meu sangue pela empresa em que eu trabalho.
Não sou reconhecida por isso.
O meu chefe não valoriza o que eu faço.
Você acha que eu devo sair da empresa?”
Antes de ler a minha resposta, pense um pouco sobre o que você acha que essa garota deveria fazer.
Eu respondi,
“Você tem certeza que o “sangue que você dá pela empresa” é o sangue que o seu chefe quer que você dê pela empresa?
Talvez “o sangue que você está dando pela empresa” não tem nada a ver com o “sangue” que a empresa precisa.
Qual foi a última vez que você validou com o seu chefe as coisas que você está fazendo versus o que a empresa precisa que você esteja fazendo?”
“Hum, faz muito tempo que eu não converso com ele sobre o que eu faço.
Mas, ele não deveria saber o que eu faço?
Ele não deveria ser o cara responsável por me dar uma direção, fazer o planejamento da empresa, reconhecer o meu trabalho?”.
“Quantos funcionários vocês tem?”, perguntei.
“25 pessoas”, ela respondeu.
“Você realmente acha que uma pessoa que tem 25 adultos para observar é capaz de saber exatamente o que cada um dos 25 adultos está fazendo todos os dias?
Ele não sabe, não tem como saber.
Você realmente quer trabalhar em um lugar onde uma autoridade qualquer tem um plano definido para você?
Esse não é o trabalho de um gerente ou líder do Século 21.
Adulto não precisa de babá, ou não deveria precisar.
Adulto não é marionete no plano de algum ser superior, ou não deveria ser.
Nós, brasileiros, somos muito mal acostumados.
Nós estamos na Era do Conhecimento, as coisas não são mais lineares como eram na Idade das Fábricas; tudo é muito confuso e complexo hoje em dia.
Você, e somente você, é capaz de dizer o que tem que ser feito.
Você tem que estudar, se preparar, elaborar suas dúvidas e ir atrás de ajuda.
Se você quer ajuda, se você quer ser reconhecida, se você quer colaborar, então colabore, apareça, esteja presente, faça perguntas, peça a bola, chame a responsabilidade para si.
Você tem a escolha de escolher!
Ninguém vai escolher nada para você.”
A empresa em que você trabalha é um saco porque ninguém ou poucas pessoas estão comprometidas em resolver as 5 questões mais importantes que toda empresa tem que resolver.

1º. A empresa precisa ganhar dinheiro
2º. O mercado está cheio de concorrentes, precisamos ter um diferencial matador.
3º. Os Clientes tem que voltar a comprar, de preferência todos os meses.
4º. A empresa precisa reduzir os custos que aumentam todos os dias.
5º. Nós precisamos que os funcionarios fiquem na empresa por muito tempo.

Se você quer ajudar, você precisa se envolver com as equipes que estão atacando essas questões.
Se não houver equipes, faça alguma coisa você mesmo.
Por menor que seja, qualquer coisa pode servir de inspiração para os colegas também se mexerem.
A cultura da empresa é o que move as pessoas.
Autoridade, planos, sistemas não mudam nada.
A Cultura muda, e a cultura de uma empresa é a soma de como fazemos as coisas ao nosso redor todos os dias.
Todos nós queremos que o big boss compartilhe os números da empresa; todos nós queremos que o big boss envolva mais de uma pessoa antes de tomar uma decisão, todos nós queremos que ele coloque um toldo sobre o estacionamento para que ninguém se molhe em dias de chuva.
Mas essas coisas não vão rolar agora.
Portanto, você tem que fazer a coisa rolar com o que temos aqui e agora.
Melhor assim. Já que que o big boss não deixa você dirigir as coisas, vamos começar a revolução!
O que você pode fazer?
Muitas coisas.
Eu acredito que ao terminar a leitura de um livro de negócios, você já deve ter se perguntado, “Show de Bola!
Mas como transformar a minha empresa que é um saco em uma empresa como essa?”
Crie um grupo de estudo sobre o livro.
Livros que você poderia estudar:
Empresas Feitas para Vencer do Jim Collins, Rework do Jason Fried, ou o novíssimo Delivering Happiness do Tony Hsieh.
Todos esses livros descrevem práticas belíssimas sobre como responder as 5 questões mais importantes que a empresa tem que resolver.
Escolha um dos livros, distribua cópias para todos os funcionários.
Se não for possível, faça uma resenha e distribua pela empresa.
Deixe as questões principais do livro contaminar a turma.
Comece as sessões de estudo.
Faça leitura dos capítulos em grupo.
Se você escolheu Jim Collins, o grupo tem material suficiente para falar sobre “quem tem o perfil para ficar na equipe, e quem deve sair da empresa” (em busca da redução de despesas); se você escolheu Rework, vocês podem falar sobre “o que era impossível no seu mercado anos atrás mas hoje não é” (em busca do diferencial matador); se você escolheu Delivering Happiness, vocês podem falar sobre “quais são os valores principais da empresa”, e como assegurar que todos os funcionários contratados trabalham baseados nesses valores (em busca da retenção dos talentos da empresa).
Todos os três livros apresentam propostas inovadoras e bem sucedidas para as cinco questões que você tem que estudar:

1º. A empresa precisa ganhar dinheiro
2º. O mercado está cheio de concorrentes, precisamos ter um diferencial matador.
3º. Os Clientes tem que voltar a comprar, de preferência todos os meses.
4º. A empresa precisa reduzir os custos que aumentam todos os dias.
5º. Nós precisamos que os funcionarios fiquem na empresa por muito tempo.

As decisões sobre o que fazer com o dinheiro da empresa podem permanecer na mão do big boss; entretanto, um grupo de leitura de um livro de negócios – com pessoas comprometidas - consegue demonstrar ao big boss propostas sérias e inovadoras embasadas na vivência das próprias pessoas que vão executar as idéias cruzadas com as melhores idéias do mundo.
A empresa é um saco porque existe toda uma neurose em crescer por crescer, vender por vender milhões de unidades de alguma coisa qualquer para atender as necessidades de um acionista que vive em uma galáxia muito muito distante.
Aqueles que aprenderem a vender serviços com receitas recorrentes, e respeitarem as fronteiras da produção segura para o planeta, estarão a frente do seu tempo nesse momento em que movemos para uma nova sociedade.
Software e Serviços da Informação são excelentes oportunidades de negócios para o infinito e além.
É cada vez mais comum você perceber pessoas tirando fotos ou fazendo anotações sobre os produtos a venda nas lojas físicas e voltando para suas casas para comprar via internet.
Por outro lado, você vê essas mesmas pessoas, depois que compraram o produto pela internet, precisando dos serviços das lojas físicas, como instalação, configuração, customização, suporte e manutenção.
Eu nunca assinei um jornal impresso, nem Folha de São Paulo nem Estadão.
Não adianta os caras abaixarem os preços, eu não vou assinar.
Mas hoje eu assino o New York Times para PC, e o Wall Street Journal para iPad.
Ambos em um novo formato para um novo tempo para um novo tipo de cliente.
A empresa em que você trabalha já ganhou muito dinheiro com tudo que vendeu nos últimos 24 meses.
É tempo de renovação.

NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA!

Ricardo Jordão Magalhães é o Fundador e Presidente da BIZREVOLUTION, autor de mais de 5 mil de artigos sobre negócios que faz as pessoas pensarem sobre novos rumos.

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