quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Presépio do Pipiripau...
















O Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) da UFMG guarda um importante tesouro da arte popular – o Presépio do Pipiripau. O Presépio do Pipiripau é uma obra tombada pelo Iphan, que retrata, em 45 cenas, a vida de Cristo. É composto por 580 figuras retratando a vida cotidiana do interior e que se movem. O presépio começou a ser construído à partir de 1906 por Raimundo Machado de Azevedo, sendo um exemplo típico dos presépios mineiros.
















História

O Presépio do Pipiripau começou a ser construído em 1906, quando Raimundo tinha 12 anos, na antiga Colônia Américo Werneck, região denominada Pipiripau (MG), onde atualmente está o bairro Instituto Agronômico, em Belo Horizonte.
O pequeno Raimundo Machado colocou o pequetitinho Menino Jesus em uma caixinha de sapatos forrada de musgos e cabelos de milho. Pode ser visto como um gesto simples, mas nunca pequeno. Do nascimento do Menino Jesus nasceu um presépio inteiro. Um presépio de luz, magia e movimento. O Presépio do Pipiripau
Influenciado pelas freqüentes visitas que fazia com sua mãe a igrejas e casas vizinhas na época natalina, o pequeno Raimundo decidiu vender garrafas de óleo de ricínio para poder construir seu próprio presépio. Com os primeiro 400 réis que ganhou, comprou uma imagem do menino Jesus e o rodeou com bichinhos que ele mesmo fez de argila. Após o Natal o pequeno presépio foi guardado para, no próximo ano, ganhar uma gruta e casinhas de papelão. No ano seguinte foi a vez da lagoa se juntar ao cenário. E, assim, ao longo dos anos, o presépio foi ganhando vida e movimento ao sabor da mente criativa do artista.
Gradativamente, novos personagens, confeccionados em sua maioria com massa de papel, papelão e gesso se juntavam ao presépio para narrar a vida de Jesus, do nascimento à ressurreição. No interior dos bonecos, uma estrutura de metal soldado garantia o movimento que encantava os visitantes. Ao lado das cenas bíblicas, o trabalho e o lazer eram representados em diversas cenas móveis. Carpinteiros, pescadores, lavadeiras e lenheiros dividem a cena com os músicos da banda, o sanfoneiro e com as crianças e suas brincadeiras. Passagens bíblicas contextualizadas em uma cidade com suas artes e ofícios deixam transparecer a maneira singular de percepção do mundo dentro de Raimundo.
O movimento do presépio começou no próprio corpo do artesão. Na cadencia de seus pés e suas mãos funcionava o sistema de repuxo d’água inventado por ele para movimentar a lagoa. Algum tempo depois, as mãos de Raimundo puderam descansar um pouco ao passar o impulso do movimento para um velho gramofone de corda: agora a procissão entrava na igreja ao bater dos sinos, enquanto o lenhador cortava a árvore e o pescador e outras figuras se movimentavam. O pequeno lampião de querosene foi substituído por um gasômetro que fez o presépio “dobrar de bonito” com tanto brilho! Aos poucos, Raimundo bolava novos equipamentos que traziam mais beleza a sua obra. A máquina a vapor, em 1920, trouxe energia, a eletricidade, em 1927, trouxe a luz. Hoje, é um motor elétrico ligado a fios, barbantes e cordas que movimenta a arte do Pipiripau.
Paciência, cuidado, criatividade. As 586 figuras móveis distribuídas em 45 cenas, que ao longo de oitenta anos ocuparam o coração de Raimundo, ocupam hoje 20 m2 no Museu. Um universo mágico nascido de uma mente encantada pela fé, construído por mãos curiosas pela arte e imortalizado pela eterna dedicação de seu criador.

À partir de 1984, o presépio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e hoje encontra-se aberto à visitação pública no Museu de História Natural da UFMG, para onde fora transferido em 1976, tanto para apresentações com movimento quanto para conhecer o presépio parado. Em 2006 o presépio comemorou 100 anos de sua criação, e recebeu a visita de milhares de pessoas.



















Fonte: Internet.

3 comentários:

  1. Lucinha
    Acredita que já fui visitar o presépio muitas vezes e que em cada uma delas algo novo se descortina para mim? Ótima lembrança essa sua!!!
    Beijuuss n.c.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Regina...

    Quando eu era criança, na nossa família, sair para procurar um galho de árvore para fazer a nossa árvore de natal e visitar o Presépio do Pipiripau eram programas obrigatórios, mas divertidos.
    Imagine a nossa família tão grande fazendo toda essa farra.
    Meu pai ainda não estava doente e fazia questão da família toda reunida.
    E no dia 24 à meia noite íamos todos à Missa do Galo.
    São lembranças tão queridas...
    Acho que nós brasileiros estamos aprendendo a preservar as nossas memórias.
    O tombamento do Presépio do Pipiripau é uma amostra do respeito dos mineiros as nossas raízes e memórias.

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