Para falar da minha nova atividade, tenho que contar uma hitória...
A SOPA DA PEDRA
Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, não lhe quiseram aí dar esmola. O frade estava a cair com fome, e disse :
- Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Perguntou o frade :
- Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa boa.
Responderam-lhe :
- Entre, queremos ver isso!
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:
- Se me emprestassem aí um pucarinh
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
- Agora, se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas.
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, tornou ele :
- Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava um primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada pelo que via. Dizia o frade, provando o caldo :
- Está um bocadinho insosso. Bem precisava de uma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou e afirmou :
- Agora é que, com uns olhinhos de couve o caldo ficava que até os anjos o comeriam!
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras.
O frade limpou-as e ripou-as com os dedos, deitando as folhas na panela.
Quando os olhos já estavam aferventados, disse o frade :
- Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça.
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele botou-o à panela e, enquanto se cozia, tirou do alforje pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era uma regalo. Comeu e lambeu o beiço. Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo. A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou:
- Ó senhor frade, então a pedra?
Respondeu o frade :
- A pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.
O meu Jardim das Letras virou a minha sopa de pedra...
Quando a minha querida amiga Rebecca Ferrari me inspirou a fazer um blog, eu não pensei que isso seria tão motivador e alegre.
O meu blog é como esta história da sopa de pedra.
Primeiro tive que aprender a utilizar as ferramentas para blogar.
Depois, descobri uma criatividade que eu não sabia que tinha para montá-lo.
As pesquisas para os posts não são nenhuma dificuldade, pois adoro fazê-las.
Era muito importante reciclar o português, pois afinal, um bom gestor só sabe escrever de uma forma muito sintética.
A continuação do curso de inglês foi e é de primordial importância para tudo e também ajuda na hora de navegar na web.
Então, eu que sempre fui muito focada em tudo, me senti perdida com tantas coisas e comecei a priorizar o que tinha que fazer.
Mas como já sabemos que o tempo é relativo, sendo apenas uma convenção humana para nos socializar, fui à luta.
É bem mais fácil lidar com o tempo quando prendemos a priorizar as nossas atividades, como postei no dia 22 de outubro: “no meu jardim eu quero sempre o meu dia mais prazeroso”.
A minha pedra da sopa é o meu blog e os ingredientes são as várias ações que me propus.
Estou reciclando a gramática portuguesa e retornei ao meu curso de inglês com os mestres Helinho e Larry, respectivamente.
Ampliei a minha biblioteca e diversifiquei também os tipos de literatura que estou lendo e apreciando.
Estou aprendendo mais técnicas de informática para facilitar o meu trabalho.
O meu amigo Alexandre da AG Informática é o grande responsável pelo meu crescimento nessa área.
A idéia das receitas dos drinks surgiu quando estive no Bar Phalaphitas, no Rio, conforme conta o meu post de 26 de agosto - Gestão do Prazer na Cidade Maravilhosa - Terceiro Ato.
Eu adoro ambientes de bar.
A alegria das pessoas que freqüentam, a beleza dos drinks e a paisagem, como no caso do Phalaphitas, que fica na Lagoa Rodrigo de Freitas, são sempre estimulantes.
Resolvi postar as receitas que pesquiso na Web e em livros de receitas de coquetel.
Os seguidores do meu blog e os meus amigos começaram a me cobrar a elaboração de alguns drinks, numa tarde ou noite de degustação, comigo preparando as receitas.
Resisti o quanto pude, mas, como uma guerreira, que não foge a nenhuma batalha, aceitei o desafio feito pelo casal de amigos Olga e Renato para a minha estréia como Bartender.
Marcamos então, para domingo, dia 01 de novembro, com a turma da Cizânia, post do dia 17 de outubro - “no meu jardim de letras eu não quero cizânia”.
Fui ao supermercado com a lista de todos os ingredientes e eu, que detesto fazer compras em supermercados, adorei.
Fui, no mínimo a três supermercados diferentes e parecia uma criança em loja de brinquedos, em Nova York, perto das comemorações de Natal.
Consegui achar tudo que precisava e mais algumas coisinhas.
O “porta malas” do meu carro voltou abarrotado.
Quando cheguei à casa da Olga e do Renato e começamos a subir os três andares com os pacotes, sentimos realmente a falta de um elevador.
Este é um grande mote para ser discutido posteriormente.
Mas como criança sempre “paga o pato”, na falta do elevador, o Daniel foi requisitado para ajudar.
Como um Zolini adulto, perguntou-me:
- Vocês vão acampar aqui em casa? Isto não é possível!
Subimos com todo o material: os copos específicos, as receitas e até o meu mini Laptop, tão necessários para a função.
A Olga e o Renato não acreditaram no que estavam vendo.
Eu cheguei e fui lavar os copos, cuidar das frutas e arrumar a minha mesa de trabalho.
Queria comentar os risinhos desnecessários do meu amigo Renato, mas preferi não brigar com ele, pois é o dono da casa e também um maravilhoso gourmet.
Começamos então a função.
Primeiramente, o tradicional Mohito, que foi preparado com perfeição e aplaudido por todos os degustadores.
O segredo do mohito é macerar bem a hortelã, como pudemos constatar.
Isso dá um sabor especial e refrescante ao drink.
Passamos então para as Caips, com frutas vermelhas, com Champagnat ou com saquê.
A preparada com champagnat, foi eleita a campeã pela degustadora Patricia e o degustador Renato elegeu a Caipi com saquê como a melhor.
A partir daí, com várias rodadas de mohitos e caips já degustadas, a turma ficou realmente alegrinha.
Partimos então para Sex on the beach, que foi um sucesso, mas só o Renato, como profissional da bebida, estava sentindo o gosto, porque os outros degustadores já estavam pra lá de alegrinhos.
O amigo Gastão, que não saiu da sua cervejinha, rebatizou o drink como Sexo on the kitchens, afinal, o Renato não saiu da cozinha.
Nada de sexo na praia e nem na piscina.
Onde então?
Só a Olga para responder essa questão.
A partir daí, fizemos várias rodadas de mohitos, caips, sexo on the Kitchens e também umas cubinhas, com um legítimo rum cubano.
Ainda bem que não tínhamos nenhum cubano presente, pois ele nos queimaria vivos, diante da heresia de misturar aquele rum maravilhoso com coca-cola.
Cheguei a conclusão de que o Beto, o Giovani, a Patricia, o Renato e a Olga não podem faltar nunca a nenhuma outra degustação, porque todos os drinks receberam os votos de “parabéns com louvor”.
Arrasei!!!
Mais tarde, os degustadores caíram na piscina para apagar o foguinho e eu fui arrumar a minha mesa de trabalho, enquanto esperávamos uma massinha prometida pelo Renato.
Depois de comer a massinha que Renato fez, “levantamos acampamento” e fomos embora, felizes e sonhando com uma nova tarde, prazerosa como aquela.
A Patrícia, a amiga mais animada, ainda foi para o Mineirão. Acreditem!!!
Depois que fomos embora, a Olga ainda fez uma Marguerita.
Descobri, olhando as fotos que ela me mandou.
Lá está ele, o Renato, degustando o seu drink pós festa.
Acho que isto foi uma traição, mas levando em conta que a casa é dela e as fotos foi ela que tirou, ela está perdoada.
Minha famosa máquina cor de rosa ficou inativa, pois não tinha ninguém que pudesse operá-la, enquanto eu trabalhava, por isso, à partir de agora, vou precisar de um fotógrafo nestes eventos, para registrar tudo para postar no meu blog.
Todo o material que levamos ficou na casa da Olga, pois ainda teremos uma nova rodada de degustação de drinks, ainda neste mês de novembro.
Além desta turma teremos ainda os ilustres convidados: Rebecca, Cris Jacques, Vanessinha e Claudio.
Aguardem o segundo ato.
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Amiga, você realmente arrasou!
ResponderExcluirFiquei um tanto quanto preocupada com relação à traição, mas senti que está tudo sob controle e estamos perdoados.
Foi uma tarde super agradável e temos que confirmar a data para repetirmos "as doses". Como bem observado pela minha escritora preferida, a alegria tomou conta do ambiente.Tim tim!
Olga
Ei Lucinha, vou te falar " in Off" ( rsrsrs) pode apostar todos os gelos na sua nova atividade, você foi demais!!!! Pra mim a campeã foi a das frutas vermelhas. Hum.... que saudades!!! Quando será o próximo encontro?
ResponderExcluirBeijos mil
Patrícia
Olga
ResponderExcluirFique tranquila, eu só consigo escrever sobre traição quando é de mentira.
Porque convenhamos as verdadeiras traições ficam mesmo registradas na alma.
E te juro amiga, elas não se apagam.
Voltando ao assunto sério, pode marcar a nossa nova tarde de drinks, porque tenho todos os domingos livres para esta nova missão.
Beijos
Lucia Faria
Patrícia
ResponderExcluirE por falar em gelo, em amiga!!!!
Temos gelo para até 2012.
E precisamos conversar sobre isso,e se realmente o mundo acabar não precisamos mais deste ingrediente.
Vamos encontrar então hoje no Braca para colocarmos as fofocas em dia.
Agradeço as suas palavras e o seu drink especial sempre terá na nossa tarde "Bartender"
Beijos
Lucia Faria
Oi Lucinha! Que delícia ver as fotos desse dia maravilhoso! Foi tudo perfeito! Espero estar na lista dos seus degustadores oficiais... Quando me lembro desse dia duas coisas me deixam confuso: 1- o que estava mais bonito, os drinks ou a Bartender; 2 - o que estava mais gostoso, a combinação de bebidas ou a sua compania? Na dúvida, continue contando com a contribuição desses paladares apuradíssimos aqui... Beijos dos amigos Beto e Giovanni.
ResponderExcluirBeto e Giovanni...
ResponderExcluirRealmente este foi um dos dias, mais prazerosos da minha vida.
As suas palavras foram tão lindas e adoráveis, que confesso emocionei-me.
Vocês sempre farão parte do meu jardim, porque compreendem que as letras só podem se transformar em palavras sinceras e amigas.
Vocês estarão em todos os meus eventos como degustadores e em meu coração com muita alegria e amor.
Beijos
Lucia