Por que o Natal tem que ser triste?
- Quais seriam as marcas mentais que registrei nesta data?
- Por que não temos crianças em casa, meu marido R e eu?
-Por que meu pai ficou doente e não fomos mais procurar, em algum lugar, um galho seco para prepararmos a nossa árvore?
-Por que a minha saudosa amiga M não está mais aqui para contagiar-nos com a sua alegria e a sua forma positiva de comemorar o Natal?
Neste ano, um ano de tantas transformações em minha vida, apesar das perdas sofridas, readquiri o meu humor e a minha vontade de viver uma vida mais plena e mais prazerosa.
Sendo assim, claro que as comemorações de Natal também sofreriam mudanças.
Tudo começou quando o meu irmão Cláudio me contou que sugeriu à nossa mãe que convidasse para o Natal todos os nossos tios, tias, primos, primas, irmãos, irmãs e todos que compõem a nossa família.
Vamos abrir um pequeno parêntese (os cunhados e as cunhadas também serão bem vindos).
Juro que tive vontade de matá-lo e confesso que a minha paciência com estas reuniões familiares é quase nula.
Acho que por isso não quis um casamento convencional e filhos.
Mas quando ouvi a música de Natal para a espera telefônica da “Verde” que a MM encomendou para o meu irmão Cláudio, eu arrepiei...
Ela queria uma trilha diferente e não sabendo explicar direito o que queria, sendo muito criativa e talentosa, pediu alguma coisa inusitada e sugeriu que ele fizesse uma música com violões.
O resultado veio confirmar uma coisa que eu sempre acreditei: é importante aprender a respeitar o artista e seja qual for a forma de expressão que ele usa, quando o deixamos livres para criar, o resultado é sempre uma obra de arte.
Ele mandou-nos uma música, com a seguinte observação: o natal me sugere mais uma trilha com sinos e harpas do que com violões.
Para a surpresa da MM, que nem se lembrava exatamente o que tinha pedido, e a minha, adoramos a música e a achamos maravilhosa, alegre e chic.
A música me remeteu àquele Natal em Nova York do filme “Esqueceram de mim”.
Preciso salientar que a música linda e alegre que recebemos me fez apagar uma marca mental que registrei nessa minha caminhada de 50 anos de vida.
Essa marca veio em minha mente como um clarão: não gosto de Natal!
Então eu percebi que o Natal é como os meus jardins e precisa ser cultivado para crescer em entendimento e amor.
Fui procurar então a origem desta data e postei no meu blog ontem.
Pude constatar na pesquisa que eu fiz que mesmo não sendo o aniversário do Menino Jesus como nós cristãos sempre acreditamos, o Natal é uma comemoração saudável e alegre e tem o objetivo de resgatar os valores da família.
A reunião da família em torno de uma mesa farta, com comidas e bebidas gostosas, confraternizando e trocando presentes, sem usar muito a razão, deixando apenas o coração comandar toda a festividade é o Natal que todos conhecemos e adoramos.
Encontrar com todos os nossos parentes e sentir saudades de todos, uma saudade inexplicável, com promessas de nos encontrarmos com mais freqüência e fazermos outras comemorações como aquela, mesmo ficando somente na promessa é uma delícia.
Acho que esta saudade é algo que vem de nossa alma em pequenos flashes.
A compra dos presentes e toda a preparação para o Natal, que para alguns começa seis meses antes, fortalecem ainda mais a necessidade de comemorá-lo de maneira diferenciada, de acordo com o bolso de cada um.
Decidi então, que neste ano, o meu Natal seria maravilhoso, junto com a minha família e os meus amigos.
Vou fechar o meu ano com muita harmonia e serenidade, porque, como bem observou o meu marido R, neste ano, eu tive mestres insuperáveis, com os quais aprendi e cresci muito, para começar uma vida maravilhosa em 2010, renascida, uma nova mulher, que amadureceu a duras penas, mas não perdeu o seu lado criança, alegre, leve e que vive com a certeza de ser uma mulher muito amada.
Uma nova vida?
Claro que sim e acho importante sempre nos reinventarmos para podermos envelhecer com dignidade e seguir em frente, mais fortes e mais felizes, para os novos ciclos da vida que estão por vir...
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