Vencido pelo corpo, chegou ao fim, ontem, a carreira de um dos maiores jogadores da história do futebol.
Chorando bastante, Ronaldo anunciou oficialmente a sua aposentadoria.
O jogador revelou que sofre de hipotireoidismo e culpou as constantes dores no corpo para antecipar o adeus, que deveria acontecer apenas no final do ano.
O adeus do Fenômeno mobilizou a imprensa nacional e internacional.
Centenas de jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e até profissionais que cobrem o mundo das celebridades compareceram ao CT Joaquim Grava, na zona leste da capital paulista, para registrar a aposentadoria do veterano de 34 anos.
O atacante chegou ao CT por volta das 10h30, acompanhado de dois dos seus filhos: o primogênito Ronald e Alex.
Na entrada, recebeu o carinho de poucos fãs.
Duas horas antes da entrevista coletiva, o maior artilheiro da história das Copas do Mundo caminhou lentamente ao campo, onde os demais jogadores treinavam.
Todos sentaram no banco de reservas, e o Fenômeno falou durante cerca de dois minutos.
Após o camisa 9 finalizar seu discurso, seus colegas de equipe o aplaudiram.
Depois, um por um levantou para abraçá-lo.
Tite e os demais membros da comissão técnica também cumprimentaram o agora ex-jogador.
A carreira do Fenômeno
O início de Ronaldo no futebol aconteceu no São Cristóvão, clube do Rio de Janeiro.
Em 1993, ele foi contratado pelo Cruzeiro por irrisórios US$ 10 mil (hoje R$ 17 mil), onde estreou como profissional.
Em 44 partidas na equipe mineira, anotou 44 gols.
O surgimento meteórico rendeu ao promissor atacante, aos 17 anos, a convocação por Carlos Alberto Parreira para a Copa do Mundo de 1994.
Do banco de reservas, ele participou da conquista do tetracampeonato mundial.
A entrada no milionário futebol europeu ocorreu pela Holanda, no PSV Eindhoven, onde marcou 54 gols em 57 jogos.
Em 1996, o brasileiro foi vendido ao Barcelona por US$ 20 milhões.
Na temporada 1996-1997, fez 47 gols em 49 partidas e ganhou o apelido de Fenômeno.
Eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 1996 e 97, Ronaldo se transferiu para a Internazionale, de Milão, por US$ 36 milhões.
Na Copa do Mundo de 1998, balançou as redes quatro vezes, porém o que entrou para a história foi o mal-estar que ele sofreu na véspera da decisão com a França, quando foi levado às pressas ao hospital.
Participou da final, mas pouco fez.
Na Itália manteve a alta média de gols (59 em 99 exibições), porém começou a conviver com as lesões no joelho.
Foram duas consecutivas e cerca de 20 meses longe da bola.
Foi para o Mundial de 2002 sob a desconfiança de parte da torcida e da imprensa.
Brilhou, foi o artilheiro com oito gols e voltou a ser o melhor do mundo no final do ano.
O sucesso no Japão e na Coreia do Sul fez com que o Real Madrid o contratasse por US$ 45 milhões.
Entre 2002 e 2007, marcou 104 gols em 177 jogos na Espanha.
Na Copa de 2006, marcou mais três gols e virou o maior artilheiro de todos os tempos em Copas do Mundo.
A partir daí, começou a queda na carreira do astro.
Transferiu-se para o Milan por US$ 9,5 milhões onde marcou 9 gols em 20 partidas.
Uma nova lesão no joelho o afastou dos gramados mais uma vez.
A volta ao Brasil
Após aproximadamente 15 temporadas, Ronaldo retornou ao futebol brasileiro.
Treinou no Flamengo, porém frustrou os torcedores rubro-negros ao assinar com o Corinthians.
Depois de uma primeira temporada de sucesso, em 2009, com títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista, o atacante viveu períodos de dificuldade, com seguidos problemas físicos e duas eliminações na Copa Libertadores.
A última delas, no começo deste ano, gerou uma série de protestos de parte da torcida.
A partida que marcou a despedida de Ronaldo dos campos aconteceu no último dia 2 de fevereiro, na derrota do Corinthians para o Tolima por 2 a 0, na cidade de Ibagué, na Colômbia.
O resultado impediu a classificação da equipe brasileira para a fase de grupos da Libertadores 2011.
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