O ativista chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010, conforme anunciado em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira (8).
Liu, um ex-professor de literatura, é o primeiro cidadão chinês a receber o prêmio.
Ele passou os últimos 20 anos entrando e saindo das prisões chinesas por defender reformas democráticas.
Liu, de 54 anos, foi detido pela primeira vez após os célebres protestos do movimento estudantil na praça da Paz Celestial, em Pequim, em junho de 1989, violentamente reprimidos pelo governo.
Liu foi preso novamente em 2008 por ter sido um dos 10 mil signatários da Carta 08, petição formulada para exigir reformas políticas no regime comunista chinês.
Em dezembro de 2009, o dissidente foi condenado a 11 anos de prisão por "subversão", em um julgamento que gerou uma onda de protestos por todo o mundo.
Ao anunciar o prêmio, o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que a China, segunda maior economia mundial, deveria assumir "mais responsabilidades" devido a seu cada vez mais importante papel no cenário internacional.
Liu receberá o prêmio "por seu longo trabalho não violento em favor dos direitos humanos na China", assinalou o Instituto.
"O comitê Nobel deliberou largamente antes de tomar esta decisão que relaciona os direitos humanos e a paz".
"Nas últimas duas décadas, Liu Xiaobo foi um grande porta-voz em favor da aplicação dos direitos fundamentais na China", acrescentou a instituição.
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