domingo, 23 de agosto de 2009

no meu jardim tem chapéu...

Adoro usar chapéu.
Não sei de onde vem esses gostos esquisitos que eu tenho.
Na minha família, tirando eu e meu irmão C, ninguém gosta dessas coisas de beber, contar coisas engraçadas, fazer uma fofoquinha e sobretudo usar chapéu.
Sempre que vou a uma loja e tem este objeto, ele torna-se um desejo.
Quando fui visitar meu amigo L, namorado de O, vi que ele tem uma coleção incrível de chapéu Panamá.
Confesso que fiquei com inveja.
Parabéns amigo L.
Mas voltando ao chapéu, estava eu no Rio de Janeiro com minha amiga C e ela me disse que meu irmão C queria fazer um show com chapéu e ela foi logo falando que a missão já tinha sido abortada.Que tristeza...
Pensando nas diversas perdas que eu tive este ano, resolvi fazer uma defesa ao uso deste acessório, que como todos sabem é um dos meus preferidos.
Quando o assunto é chapéu, a discussão é normal. Símbolo de elegância, ele também pode ganhar toques de pura irreverência. Mudando de acordo com a moda, ele passeia pela história como um ícone atemporal, que se reinventa de acordo com a criatividade e ousadia de seus designers.
Usado de maneira clássica ou com boas doses de extravagância, o chapéu se reinventa em seu próprio estilo e se firma cada vez mais, como um símbolo fashion inigualável.
























O modelo acima, pillbox, pequeno, oval, com a copa achatada e usado no alto da cabeça, foi utilizado com muito charme por Jacqueline Kennedy na década de 1960, e recentemente pela primeira-dama francesa Carla Bruni.
Antes deste período, o modelo foi usado por Greta Garbo no filme “ Como me queres”, de 1932, e em outros longas-metragens que ajudaram a impulsionar a indústria chapeleira da época. O cinema tem um papel importante na imortalização da peça, mostrando o adereço em diferentes épocas, estilos e ocasiões. De Julia Roberts em “ Uma linda Mulher” até os escolhidos para “ E o Vento Levou”, o acessório completa a mulher de maneira única.
















Parte do protocolo para ocasiões importantes, este acessório tornou-se imprescindível, como no Circuito de Corridas de Ascot, na Inglaterra. O evento, realizado desde 1711, reúne toda a aristocracia e a realeza.
Durante os cinco dias de corridas, os homens comparecem vestidos de fraque e cartola Já as mulheres, no Ladies Day, optam por modelos bem elaborados. São encontrados desde os simples de abas pequenas ou duplas aos temáticos com flores gigantes e formas abstratas.No Jockey Club paulista é o Grande Prêmio São Paulo que inspira as mulheres na escolha do melhor chapéu para se usar. A alta-sociedade da cidade, diferente da inglesa, prefere composições clássicas para acompanhar o final do evento.
A peça clássica se reinventa a cada temporada. Em alguns momentos caminhou de forma tímida aparecendo unicamente em eventos conforme manda o figurino tradicional. Na última coleção de verão da Gucci, apresentada em Nova York, o modelo panamá reinou nos looks de passeio.
O exemplar produzido com palha tornou-se mundialmente famoso quando o presidente americano Roosevelt foi fotografado usando em suas férias, na década de 1920.
Em formatos, cores e tamanhos diversos, o chapéu sempre está presente nas coleções da lendária Chanel e as últimas de Marc Jobs.


























Presente nos editoriais de moda, o modelo fedora ressurgiu como forte influência de um símbolo masculino do cinema. No filme da saga Indiana Jones, interpretado pelo ator Harrison Ford, o personagem não se separa do seu acessório que lhe dá um charme aventureiro.


























Poucas pessoas sabem, que o modelo usado em todos os filmes foi feito no Brasil. Criado com as medidas do ator e com as abas mais largas, o chapéu tornou-se o emblema do personagem.O Fedora foi durante muito tempo associado ao visual dos gângsters, mafiosos italianos da década de 1930.
Cinqüenta anos depois, o seu uso foi acentuado com os cantores de rap americanos, que usam o acessório para compor o visual.
A criatividade técnica puderam ser apreciadas em inúmeros desfiles .
O chapéu é um acessório atemporal com uma história vasta e rica, alguns museus passaram abrigar diferentes coleções, como o Hat Works, na Inglaterra que reuniu diversos modelos do século XX.
O Musée Du chapéu, na França, narra a história deste acessório desde 1780 até hoje.
O Museu da Chapelaria em Portugal, retrata o glamour da época em que ninguém saia de casa sem o seu chapéu.





















Para encerrarmos este post um pouco da história deste acessório de sucesso:

“Criado para proteger a pele do sol, a conotação que ele ganhou pouco lembra o motivo de sua real função. Acredita-se, que por volta de 4 mil anos, no Antigo Egito, surgiram as primeiras fitas e bandanas decorativas. Com a aquisição de novos tecidos e materiais, os turbantes e as tiaras tornaram-se presença constante na cabeça dos nobres e sacerdotes.
A necessidade de proteção fez com que se criasse o primeiro chapéu no padrão que conhecemos hoje, o pétaso, com abas largas e copa baixa. Ele era usado pelos gregos, de uma forma prática e ajustável há 2 mil anos.
Durante a Idade Média, as mulheres não podiam ser vistas com cabeça descoberta. Para cobri-la, com enfeites em formato de flores e coração.
As primeiras casas especializadas nessas criações começaram a surgir apenas no século XVIII, e os artesãos passaram a adornar grandes gorros de feltro com abas de largas utilizando pele de animais, cetim, veludo e plumas.
A cartola e o chapéu em formato côncavo nasceram após a revolução Francesa, quando vestimentas e acessórios eram feitas para serem mais simples. Alguns modelos usados hoje, como coco originaram-se no Reino Unido no início do século 20.

Um comentário:

  1. Tiro o meu chapéu pra você, minha querida. Uma verdadeira aula!
    Beijos da Cris Guerra.

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