Impulsionada pelas incertezas e instabilidade econômica internacional, a cotação do dólar disparou nas últimas semanas.
Apenas no mês de setembro, a moeda norte-americana registrou uma valorização de 16,64% ante o real - com base na cotação do dólar comercial desta quarta-feira (21) - e acabou com a tranquilidade de muitas pessoas que estavam planejando viajar para o exterior.
De acordo com especialistas, para quem está com viagem programada para os próximos meses e ainda não comprou a moeda, a sugestão é adquirir dólar aos poucos.
“O ideal é comprar um pouco de cada vez”, afirma o vice presidente do Grupo Fitta, Rodrigo Macedo.
“Não se deve comprar tudo agora e nem deixar para a última hora”, aconselha.
Segundo o executivo, o brasileiro ainda não tem muito costume de planejar a compra de moeda estrangeira antes de fazer uma viagem internacional e por isso acaba sofrendo com oscilações inesperadas, como a que aconteceu nos últimos dias.
“A cultura do brasileiro está mudando um pouco em relação a compra de viagens, por meio de pacotes turísticos e também passagens aéreas.
Mas as pessoas ainda não planejam com antecedência a compra de moeda estrangeira, o que é um erro”, diz Macedo.
Comprando desta maneira, o turista se protege de eventuais altas da moeda, fazendo um “preço médio” com a divisa norte-americana.
“Você compra um pouco a R$ 1,90, um pouco a R$ 1,85, outro a R$ 1,80 e no final tem um preço médio que compensa e protege da forte volatilidade”, afirma Macedo.
O gerente da mesa de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini, concorda com esta estratégia.
“Sempre aconselhamos que os turistas comprem dólar aos poucos antes de fazer uma viagem internacional.
Desta maneira, podem dividir os gastos e também não sofrem tanto com a oscilação da moeda”, diz.
E quem comprou com cartão no exterior nas últimas semanas?
Quem viajou para o exterior entre o final do mês passado e o começo de setembro e efetuou compras com o cartão de crédito deve levar um susto na hora de pagar a próxima fatura.
Isto porque o preço do dólar considerado para pagamento das despesas é aquele da data do fechamento da fatura, e não do dia da compra.
“Estas pessoas vão amargar uma diferença grande entre aquilo que esperavam pagar e o valor real da fatura”, afirma Pellegrini.
De acordo com ele, este forte alta na cotação do dólar deve servir de exemplo para os turistas. “Nosso mercado, apesar de estável, ainda é muito dependente dos acontecimentos de fora”, diz. Por isso, segundo ele, é importante que quem for fazer uma viagem internacional não se programe para pagar todas as despesas com o cartão de crédito.
“O mercado está instável, de repente sai uma notícia ruim, acontece um problema maior na Grécia, por exemplo e o dólar dispara.
Se você já tiver comprado no cartão, não tem o que fazer”, alerta.
Cartão pré-pago
Para evitar contratempos como o que aconteceu com aqueles que viajaram este mês e pagaram com cartão de crédito, além de comprar dólar em espécie, o turista também tem a opção de adquirir um cartão pré-pago de viagem.
O vice-presidente de Marketing do Grupo Confidence, Paulo Volpe, lembra que, com o cartão pré-pago, o turista não corre o risco de acabar pagando mais do que esperava por uma compra, pois a cotação utilizada é a do momento em que se adquire o cartão.
Além disso, ele ressalta que o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado nas compras com os cartões pré-pagos é de 0,38%, enquanto nas compras no exterior com cartão de crédito a alíquota é bem maior, de 6,38%.
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