segunda-feira, 12 de julho de 2010

Em Ouro Preto, passando por Ubá e chegando a Pedra Azul...

Nada é mais prazeroso que ter uma casa super aconchegante em Ouro Preto para receber e fazer novos amigos.
O frio gostoso, os dias cheios de surpresas e o “Festival de Inverno” acontecendo na cidade, faz com que tenhamos a vontade de passar o mês inteiro em Ouro Preto.
Neste final de semana, viemos eu, o meu marido R, a Lígia Aroeira, que é a nossa amiga de Ubá e a amiga Graça, que preciso apresentar a todos.
Graça é de Pedra Azul, amiga da Lígia há muitos anos e é uma artista talentosa, com habilidades que sempre surpreendem.
Adepta aos novos conceitos de reciclagem, ela está sempre disposta a nos brindar com uma novidade super interessante.
Das muitas de suas idéias criativas, a “caixinha” feita com garrafa pet foi a campeã.
Ela nos ensinou a fazer e todos, muito empolgados, ficamos imaginando como usá-la.
Porta jóias, presentes e enfeites de natal foram as sugestões.
Além de artista, ela ensina as crianças em seu sítio e também em sua cidade Natal, Pedra Azul.
Adora cozinhar e cozinha tão bem, que ganhou “cadeira cativa” em nossa casa.
Pinta, borda e “brinca de casinha” como ninguém.
Ela faz maravilhas na sua casa e na casa das suas amigas, com suas habilidosas mãos.
Além de cozinhar, “produziu” a nossa mesa de almoço, esbanjando bom gosto.
Vejam as fotos.
É dela, a assinatura das mesas ornamentadas e das festas das amigas.
Ela e todos em Pedra Azul, não se furtam ao trabalho voluntário e estão sempre abastecendo o hospital da cidade e todas as famílias carentes que eles catalogaram, atendendo às suas necessidades.
Inclusive inspirou-nos a fazer o mesmo em nossas cidades.
Aviso ao povo de Ubá, que a Lígia voltou para BH, empenhada em descobrir uma forma de reunir as pessoas e realizar algum trabalho voluntário em sua cidade natal.
Aprendi muito neste final de semana com a Graça.
Incansável, com o seu jeitinho todo especial e como boa mineira que é, contou-nos inúmeras e belas histórias.
Histórias como as do livro de receitas da “Vó Azul” e para a minha alegria, falou do seu querido irmão Paulinho Pedra Azul.
Cantor, compositor e poeta, Paulinho é um talento precioso desta família, que sempre brilha para todos nós de uma maneira muito especial.
Confesso: sou fã incondicional do Paulinho desde os meus 15 anos!
Ele realmente faz parte da minha história.
Na época de faculdade, na PUC-MG, os artistas do Vale do Jequitinhonha eram tão importantes para nós, como os do “Clube da Esquina”.
Rubinho do Vale, Saulo Laranjeira e claro, o meu preferido, o Paulinho Pedra Azul.
A minha turma de faculdade era composta principalmente por colegas que vinham do interior de Minas.
Todos adoravam tocar violão, cantar e beber cachaça, o que nunca aprendi a apreciar.
As rodas de viola, a branquinha e a galinhada sob o luar entrosou a nossa turma, que tinha mineiros de todas as pontas.
Saudades do Celinho, Cristiano, Elaine, Paulo, Vera, Antonio, Peninha, Silvana, Áureo e tantos outros.
Isso tudo aconteceu há 27 anos e parece que foi ontem.
Naquela época, toda sexta-feira no Campus, tinha um Show musical dos artistas mineiros e eu não perdia nenhum, principalmente quando eram dos artistas do Vale do Jequitinhonha.
Mais tarde, quando o meu querido irmão Claúdio, que morava comigo, foi trabalhar com o Paulinho Pedra Azul, eu voltei a curtir os shows e as musicas que eu sempre adorei.
Quando o Paulinho ligava lá em casa, para falar com o Claúdio sobre algum ensaio ou show, para desespero do meu irmão, admito que o meu coração acelerava, a minha voz tremia e eu não conseguia falar mais nenhuma palavra além de um tímido alô.
Pode?
Claro que depois o Cláudio sempre zoava comigo, porque não gostava que eu desse uma de tiete com o Paulinho.
Claro que essa brincadeira persiste até hoje, mas fã é fã e não tem jeito.
Nem precisei confessar o meu profundo respeito e admiração pelo trabalho do seu irmão, pois a Graça é apaixonada por ele incondicionalmente.
O Paulinho, além de um artista maravilhoso, sempre fez o seu trabalho de uma forma diferenciada.
Há mais de 30 anos, de um jeito super intuitivo, faz a circulação e divulgação do seu trabalho, adiantando muito do que hoje é feito.
Parabéns ao Paulinho pelo seu trabalho de levar alegria, música e poesia, sobretudo a “mineiridade”, expressa em sua obra.
Me explica ele cantando Godofredo Guedes?
Existe algo mais bonito?
Pronto, falei!
À noite, fomos tomar um drink e jogar conversa fora no Café das Gerais, ao som do Percussionista Castora e do pianista Danilo Avelar.
Um belo show!
Eunice e José Alberto, donos do Café, sempre muito amáveis, além de nos receberem maravilhosamente, nos presentearam com o delicioso e já tradicional pão de mel de lá.
No dia seguinte, a nossa turma ganhou mais força, com a chegada da Daniela Portella e da Laurita.
A Daniella Portela é uma grande empreendedora.
É dela a Editora que publica há 18 anos o livro - Sociedade Mineira e Serviços de Primeira Classe de BH, o primeiro em Curitiba ano passado e neste ano, o primeiro em Brasília, com muito sucesso.
Daniela Portela já desfilou no Brasil, em Paris para o Pierri Cardin, em outros tantos lugares e foi uma modelo conhecida internacionalmente.
Um sucesso!
Uma grande artista, com um gosto invejável em decoração de interiores, privilegiando a cultura mineira do século XVIII.
A Laurita, chegou trazendo as novidades de Curitiba, onde têm uma casa de shows chiquérrima.
Ela produz um pão de mel enlouquecedor.
Em Curitiba, não deixe de conhecer e prestigiar a Casa de Chá “Doce Encontro”.
Depois das inconfidências costumeiras, passamos para a sessão saudosista, tendo Ubá e Pedra Azul como os cenários principais.
Cheguei a conclusão que metade dos talentos de BH são de Ubá e a outra metade é de Pedra Azul.
Ao final da tarde, a Daniela queria passar na casa do seu amigo e prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, para presenteá-lo com o livro - Primeira Classe, guia de serviços - Brasília e para a nossa alegria, nos levou junto.
A casa do Prefeito é simplesmente linda.
Eles nos recebeu com muito carinho e nos mostrou o seu maravilhoso acervo de quadros, móveis e encantou a todos, principalmente o meu marido R, que como todos sabem é arquiteto.
Ele nos convidou para a Exposição de Fotos de Ouro Preto, no antigo prédio da FIEMG.
Richard, Lígia e Graça foram prestigiar a exposição.
Eu, quase beirando a exaustão, fui para casa descansar um pouco, para depois trabalhar no meu blog e no meu livro.
O dia seguinte amanheceu com aquela neblina costumeira e antes de voltarmos para Belo Horizonte, passamos no Café da Fiemg e tomamos um chocolate quentinho.
Morremos de rir dos casos do Ricardo Pereira, nosso amigo hoteleiro de Ouro Preto e da Graça, sobre os amigos em comum de Pedra Azul.
Depois fomos ver a Mostra de Fotos e as roupas das princesas brancas do Império e das mulheres de todas as classes sociais do século XVIII no Brasil.
Modas e modos das Mulheres reais, no rio de dom João VI.
Vimos uma releitura moderna destes modelos, feitos pela Barbara Bela, Patachou e Graça Otoni.
Tudo lindíssimo.
Viemos, planejando voltar, para fazermos as oficinas do “Festival de Inverno”, na semana de 19 a 24 de julho.
E eu lá, pensando que o único e grande incômodo hoje em Ouro Preto é o transporte.
Tínhamos que ter uma solução definitiva para os transportes, que insistem em destruir a nossa cidade, que é Patrimônio Cultural da Humanidade.
Quem sabe voltar os cavalos, carruagens, liteiras, que claro, os nossos maridos iriam carregar, ou mesmo um transporte que seja moderno e criativo, entre as igrejas, para que os carros não precisassem transitar dentro da cidade.
O que vocês acham?

Lucia Faria

Um comentário:

  1. Adorei tudo,falando de Ouro Preto e de minhas grandes amigas.Graça e Lígia são minhas amigas a mais ou menos 27 anos.È muito bom ver os elogios dado a elas,é isso mesmo foi correto...Hoje moro em Divinópolis uma boa cidade mas carente de cultura e outras coisas mais...Mas gosto muito de lá.Tomo a liberdade de colocar a minha casa a disposição de voces,quando sentirem vontade.Meu beijo com muito carinho....Antonieta...

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