sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Natal na alamêda do Ipê Branco...


















Hoje é Natal, dia 25 de dezembro de 2009.
Estou em casa, muito feliz e para finalizar esta série de Natal que postei no meu “Jardim”, resolvi contar o que vivi ontem na casa dos meus pais.
Como diz a minha amiga V, a casa sempre foi e sempre será da minha mãe, porque só a mãe tem importância na nossa sociedade.
Hoje eles nem pedem mais a filiação, somente o nome da mãe.
Vocês acreditam nisso?
Desde a morte do meu pai, eu mudei muito.
Esquisito falar isso, mas a realidade é que eu desabrochei.
Será que é porque não precisava mais dar satisfação para os comandos do meu pai, que sempre ficaram registrados em mim?
Ou será que foi aquela série de sessões de “Constelação Familiar”, onde enxerguei o meu papel na minha família?
A vida na realidade é muito simples, quando fazemos somente o papel que nos é reservado.
Descobri que sou apenas a quarta filha de uma família de oito irmãos, amada por todos, mas sou apenas a filha.
Eu costumava inverter os papéis.
Gostava muito de fazer o papel de pai, que no nosso caso sempre foi muito ausente, mas muito parecido comigo.
Outras vezes, o papel de mãe e em vários momentos da minha vida, eu fazia papéis que não eram meus e ficava de expectadora da minha vida.
Na realidade eu não vivia.
Imaginem a confusão que foi alinhar tudo isso e viver somente a minha vida...
Na minha última constelação, depois da morte do meu pai, nasceu a verdadeira
Lucia Faria.
Claro que eu estava atrasada somente meio século e então não podia mais perder tempo, então, mãos a obra.
Fiz o meu projeto de vida para 2010, que está muito bem encaminhado.
Mudei o meu comportamento com todos no meu trabalho, com amigos e sem nenhum egoísmo, aprendi, que primeiro temos que cuidar de nós e se conseguimos esta prática, começamos a ter a permissão de cuidar dos outros.
Como é prazerosa esta lição.
Fazendo essas mudanças, tudo muda à nossa volta e parece que começamos a viver em outra dimensão.
Uma dimensão mais fluída e muito mais leve.
Coloquei em prática tudo que aprendi e o Natal foi o meu laboratório.
Tive a idéia de fazer todos estes posts de Natal e a medida que eu ia fazendo, a minha relação com o Natal mudava.
Curti tanto o Natal da Verde Que Te Quero Verde, que todos que me acompanham há mais de quinze anos, sem falar do meu marido R, estão simplesmente encantados com esta cinquentona, que mais parece uma adolescente no seu primeiro baile.
E para encurtar, a história é sorrir.
Olhem o post de ontem, com o clip do Michel Jackson cantando Smile, música de Charles Chaplin.
Confesso que aprendi, que depois do sorriso, vem a alegria genuína, a delicadeza e assim, a nossa criança interior desperta.
Saí para comemorar o Natal com a minha família, feliz e sorridente.
Mas preciso ressaltar, que apesar do meu pai não passar o Natal conosco há muitos anos, senti a sua presença, com muito carinho e amor.
Foi a melhor noite de Natal da minha vida e posso falar também por todos os presentes, que sentiram a mesma coisa.
Meu marido R levou um pernil que fez o maior sucesso e como sempre, isto já era esperado.
Ele adora fazer sucesso com a minha mãe, para o ciúme de todos os irmãos.
Chegamos e a casa estava toda enfeitada, como sempre, para o Natal, linda, com tudo que descrevi nos posts anteriores.
Minha mãe esse ano se superou e arrasou.
Todos os irmãos estavam presentes, exceto os que moram fora da cidade e que não puderam comparecer.
As minhas queridas tias, já viúvas, estavam lá, muito felizes por estarem juntas, curtindo mais aquele Natal.
Os meus primos e primas compareceram e que como eu disse em algum post anterior, não deixamos de combinar vários encontros antes do próximo Natal.
Tive a grata surpresa de encontrar com o meu tio Divino que chegou com sua esposa, sua filha e seu neto.
Ele é o único irmão vivo do meu pai e nos sentimos abraçados e confortados em passar o Natal com ele e acredito que ele ficou muito feliz de se sentir tão querido e amado por todos.
O fato de podermos celebrar a memória do seu irmão, nosso pai, todos juntos e na companhia da mamãe e toda sua família, foi realmente libertador.
Meus sobrinhos estavam muito felizes, abrindo os presentes, mas quem gostou mesmo dos presentes não foram as crianças e sim os adultos.
O telefone cor de rosa da Barbie, que a minha sobrinha Bianca ganhou, matou a Vanessa de inveja, isso sem falar que eu queria mesmo era ficar com o carrinho que o meu sobrinho Guilherme ganhou e que foi logo seqüestrado pelo seu pai, o meu irmão Júlio.
Falamos muito, relembrando tudo com nostalgia e sem nenhuma tristeza.
A foto do noivado dos meus pais, quando tinham dezoito anos e a foto do meu pai, sereno e muito bonito, que estavam na sala, nos alegrou profundamente.
Claro que em cada grupo que se formava, falava-se somente de coisas boas ou bobagens, o que o meu marido R adorou.
Adoramos “zoar” a minha mãe com o painel de fotos, com fotos só de alguns filhos: só tem os retratos dos filhos preferidos!
O meu marido R, que adora minha mãe e também é adorado por ela, como bem frisou meu irmão Cláudio, provavelmente no próximo ano, também não estará no painel e sim com uma foto somente sua e se bobear com mais destaque que a do meu pai.
E claro que nem vai precisar morrer para isso.
Metido!
Nossa, como se consegue ser tão ciumento em família.
Apesar de estar muito cansada neste final de ano, com o Natal da Verde, estou feliz.
Uso atualmente a máxima: “Trabalho não mata, nem cansa ninguém. O que mata e cansa mesmo, são as contrariedades”.
Lembram da Vacuidade?
O meu Natal foi a minha escolha e eu o criei feliz.
Esta escolha, não teve nada haver com as minhas crenças religiosas, apesar de eu ser cristã e ter a certeza que Cristo estava entre nós.

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