sábado, 6 de junho de 2009
Uma terça erudita... A mais nova flor no meu jardim de letras...
Todos os meus amigos e principalmente o meu irmão C, depois que falei sobre a minha intenção de ampliar ainda mais meus horizontes, resolveram me introduzir definitivamente no mundo das artes.
Meu irmão C, não perdendo tempo, chegou aqui em casa com dois convites para a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
Primeiramente, achei que era um programa que nem todo mundo gostava e que teria pouco público.
Ledo engano.
Assim que cheguei, me deparei com uma enorme fila de entrada e fui encontrando a todo instante alguém conhecido, um amigo, uma amiga, gente de todas as idades e de variadas atividades e profissões.
Numa mistura de surpresa e emoção, descobri que Belo Horizonte tem uma programação anual tão maravilhosa, que não fica a dever nada a qualquer grande cidade do mundo e os eventos estão sempre lotados, o que me confirmaram todos os meus amigos e também os chamados “habitues”.
Essa coisa de trabalhar como gestora de negócios, quase uma “workaholic”, apesar do bônus carrega também esse ônus.
Percebi então, que estive ilhada por tanto tempo em números e finanças, que nem me dei conta dessa efervescência cultural toda.
A programação começou em grande estilo, com o nosso brasileiríssimo Villa-Lobos abrindo o concerto, talvez a parte mais bonita do concerto.
Confesso, amo as Bachianas brasileiras e fiquei extasiada.
Mas o que veio a seguir me deixou mais boquiaberta ainda.
Apesar de ter adorado a orquestra e admirado profundamente a leveza, sensibilidade e energia do premiado Maestro Fábio Mechetti, a grande verdade, pelo menos para mim, é que o virtuose violinista Nicolas Koeckert, solando o Concerto para violino e orquestra em ré maior de Thaicowisk, roubou a cena, sendo aplaudido de pé pelo público, que só se sentou quando ele voltou pela terceira vez e nos brindou com um maravilhoso bis.
Ele fez um solo de violino, realmente impressionante e ganhou novamente intermináveis aplausos.
No intervalo, fomos tomar um café e encontrei meu amigo RM, que impressionado também com o virtuosismo e o talento de Nicolas, concordou comigo: - Você tem razão, ele roubou a cena!
Encontramos também com o Murillo Corrêa, amigo da nossa família e quase um pai para meu irmão C, que juntamente com sua equipe, fazem a sonorização e gravação de todos os concertos do Palácio das Artes há vários anos.
Murillo, que é também engenheiro de som do grande pianista brasileiro Arthur Moreira Lima, comentou que a programação da Filarmônica deste ano está imperdível e disse para ficarmos atentos.
Meu irmão C lembrou com saudades do seu tempo de aluno na fundação Clóvis Salgado, onde estudou música e violoncelo e onde conheceu a Claudia Cimbleres, sua mestra musical.
Combinamos para o próximo espetáculo, contar com a companhia da Cláudia, grande musicista, que se tornou também uma grande e bem vinda amiga.
Fiquei felicíssima de estar em tão boas companhias e aprendendo tanto, já marcando com todos a nossa presença na Ópera de Verdi e já prevendo nos tornarmos “habitues” também.
Para fechar a noite, a sinfonia número 1 em fá menor de Shostakovich, o único momento que a filarmônica tocou completa, com todos ou quase todos os instrumentos de percussão.
Como me lembrei da minha saudosa amiga M, ensinando-me sobre aplausos.
Ela sempre me dizia que só podíamos aplaudir quando o maestro se virasse para cumprimentar a platéia, o que também é explicado com precisão no programa que recebemos ao entrar.
Infelizmente não sei se todo mundo leu o programa.
Voltei para a casa feliz e inspirada com a certeza que podemos ter uma vida profissional produtiva sem perder a chance de aproveitar os tempos de lazer com música, cultura e tantos programas sensacionais que rolam em Belo Horizonte.
Meu irmão C me lembrou ainda que Belo Horizonte nos últimos anos, foi palco de grandes festivais internacionais de dança, teatro, circo, bonecos e música.
Comentamos ainda a importância de Minas Gerais no cenário cultural brasileiro.
Belo Horizonte, celeiro de grandes escritores, berço do movimento musical “Clube da esquina”, viu nascer o internacionalmente conhecido “Grupo Corpo” e tem programas variados que vai do “Comida de Boteco” ao “Sempre um Papo”.
Resolvi então escrever, divulgar e dividir um pouco com vocês tudo isso.
É só ficarmos antenados e acompanharmos as agendas culturais disponíveis nos jornais e na internet e parar de ver tanta novela... Tweet
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