Nem todo mundo tem o hábito de substituir o protetor solar diário por outro com fator de proteção (FPS) mais alto quando vai à praia ou à piscina – o que deveria ser uma atitude natural, já que usar um FPS alto em exposição prolongada traz mais segurança, pois os mergulhos e a transpiração retiram parte do produto.
Mas por outro lado, é bom evitar usar filtros mais potentes diariamente, que geralmente são mais espessos e oleosos, porque o uso contínuo pode causar acne e estimular a oleosidade da pele. Essas afirmações dividem até mesmo a opinião dos especialistas.
“Não se deve usar o protetor do dia a dia na praia porque geralmente tem fatores de proteção UVA e UVB mais baixos, além de ter baixa fixação na pele e pouca resistência à água e ao suor.
O contrário, usar o de praia no cotidiano, é mais viável e seguro”, acredita o dermatologista Ricardo Limongi Fernandes, responsável pela cosmiatria do Instituto de Cirurgia Plástica Santa Cruz, de São Paulo.
Já para o dermatologista Marcus Maia, coordenador da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, não há contra-indicação em usar o mesmo filtro na praia ou na rotina da cidade.
“Pode se usar o mesmo FPS, desde que se aplique corretamente o produto: cobrindo todo o rosto com uma camada uniforme e generosa.
Neste caso, não haveria problema porque o filtro do dia a dia tem capacidade de proteção absoluta, desde que seja feita uma aplicação correta – não só em questão de quantidade, como de reaplicação, que deve ser feita a cada hora e meia ou sempre que entrar na água, transpirar excessivamente ou tiver contato com roupas e toalhas.
Se a reposição for respeitada é suficiente”, diz o médico, especialista em fotoproteção.
FPS X PPD
A eficiência de um filtro solar é medida por sua capacidade de proteger a pele dos raios ultravioleta A (PPD) e B (FPS).
Ou seja, o FPS é aquele velho conhecido: significa Fator de Proteção Solar e filtra os raios UVB, que penetram na camada superficial da pele causando ardência e vermelhidão e, em longo prazo, podem ser responsáveis por câncer de pele.
O PPD (Persistent Pigment Darkening) é um dos recursos para filtrar os raios UVA, que penetram nas camadas mais profundas da pele, o que pode causar manchas e escurecimento da cútis, acelerar o envelhecimento e também provocar alterações que podem levar ao câncer de pele.
“Na praia e na piscina, onde a exposição ao sol é intensa, os protetores com FPS acima de 50 e PPD acima de 15 conferem maior proteção”, sugere Ricardo Limongi.
“No dia adia, se o paciente não estiver fazendo nenhum tratamento dermatológico, é indicado um filtro com FPS 30 ou superior”, destaca a dermatologista Maria Fernanda Gavazzoni chefe do ambulatório geral de dermatologia do Instituto Professor Azulay, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Para quem não quer ter o trabalho de ficar usando um filtro aqui outro ali, o dermatologista Marcus Maia faz uma sugestão: “O filtro solar que oferece melhor custo-benefício é o FPS 30, isso é válido para qualquer situação e cor de pele”, resume o médico.
De acordo com a Anvisa, ainda não é obrigatório que um protetor solar ofereça proteção contra os raios UVA, mas, em prol da saúde, muitas marcas informam isso no rótulo.
Portanto, vale a pena priorizar aqueles que oferecem.
“Um bom protetor solar deve manter uma proporção de proteção UVB/UVA de 3x1, ou seja, se o FPS é 30, a proteção UVA deve ser de pelo menos 10”, orienta Maria Fernanda.
“Alguns fabricantes utilizam cruzes para comunicar o nível de proteção UVA.
Pode aparecer de uma cruz, que é a proteção mais baixa, a três cruzes, que significa a proteção mais alta”, explica Marcus Maia.
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