Aos 28 anos, seu talento já era reconhecido. Com essa idade, o maestro fez sua primeira apresentação no Carnegie Hall, em Nova York. O músico foi convidado por Eleanor Roosevelt, ex-primeira-dama dos Estados Unidos. “Ela fez minha estreia e depois disso minha carreira emplacou”, disse.
Considerado pela crítica mundial como um dos maiores intérpretes do compositor alemão Johann Sebastian Bach, Martins tocou com orquestras do mundo todo. Em seu melhor momento como pianista ele era capaz de dedilhar mais de 20 notas por segundo.
Paixões de um maestro
A comissão de frente da Vai-Vai apresentou na avenida as paixões de João Carlos Martins. Alguns componentes faziam referência ao pintor espanhol Salvador Dalí, um dos maiores artistas plásticos do surrealismo nos meados do século passado. “Ele viu uma apresentação minha e disse que eu mesmo deveria me considerar o maior intérprete de Bach do mundo. Ele fez isso como pintor e teve esse reconhecimento 30 anos depois”, afirmou o maestro ao G1, lembrando que o pintor chegou a declarar que era o melhor artista do surrealismo.
Superação
O pianista se tornou maestro após uma série de problemas nas mãos em decorrência de acidentes, esforço repetitivo, problemas de saúde e violência. Antes de completar 30 anos, ele sofreu uma lesão no nervo da mão direita em uma partida de futebol contra jogadores de seu time de coração, a Portuguesa.
O pianista se tornou maestro após uma série de problemas nas mãos em decorrência de acidentes, esforço repetitivo, problemas de saúde e violência. Antes de completar 30 anos, ele sofreu uma lesão no nervo da mão direita em uma partida de futebol contra jogadores de seu time de coração, a Portuguesa.
O músico chegou a recuperar parte dos movimentos com tratamento intensivo, mas na década de 90 foi golpeado na cabeça durante um assalto na Bulgária, onde havia ido se apresentar, e perdeu novamente o movimento das mãos.
Já neste século, João Carlos Martins dedicou seus conhecimentos à regência e aos projetos sociais que visam à inclusão de jovens carentes por meio da música. Em um dos momentos mais emocionantes do desfile da Vai-Vai na manhã do último sábado (5), o maestro regeu a bateria da escola.
A Portuguesa também esteve presente na avenida. Em 2007, ano em que o clube paulistano voltou à Série A do Campeonato Brasileiro, o maestro proporcionou mais um momento emocionante. Mesmo com os movimentos limitados, ele executou o hino do Brasil diante de um estádio do Canindé lotado.
Sobre o título da Vai-Vai, João Carlos Martins diz que “é a vitória da música clássica, é o nome de Bach do Sambódromo. Eu tive uma vida cheia de altos e baixos e é um reconhecimento da seriedade dos meus trabalhos, tanto na música quanto na parte social.”
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