quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pobrelândia...

Este nome me soa tão charmoso quando dito pelo Lindolfo, mas dito por qualquer outro, poderia até soar pejorativo.
Quando o escutei dizer pela primeira vez, achei no mínimo extravagante.
Ele tinha convidado alguns amigos para passar uma tarde na “Pobrelândia”, como postei no dia 03 de agosto: “A vida que a gente leva”.
Eu sei que prometi que cantaria no próximo encontro, mas confesso que eu ainda não estou preparada.
Eu gostei tanto daquela tarde, que toda vez que encontrava com o Lindolfo, eu ficava cobrando dele um novo encontro.
Encontrei-o na Verde na semana passada, cobrei novamente, ele se animou e já foi logo marcando um novo encontro para o último domingo.
Eu imagino que não é todo mundo que gosta de um programa assim.
Para gostar é preciso beber muito, adorar uma roda de viola, curtir um pouquinho de poesia e as coisas simples da vida.
Eu adoro tudo isso.
Lindolfo convocou todos, chamou um violeiro e como bom gestor que só ele sabe ser, não deixou nada atrapalhar o nosso encontro.
Nem mesmo toda aquela chuva e a chegada do horário de verão atrapalharam e todos chegaram no horário para a abertura do “Segundo Encontro da Gestão do Prazer”, presidido pelo seu presidente Lindolfo.
Ele chama de “pobrelândia”, a saída do Retiro do Chalé.
É um lugarzinho charmoso, onde moram vários sitiantes, aposentados, que abrem suas casas, nos oferecendo uma comida mineira especial, cerveja gelada e uma cachacinha para ninguém botar defeito.
São vários restaurantes assim.
Quando chegamos para o encontro, todos já estavam papeando e tomando uma cervejinha gelada.
Fomos recebidos de uma forma muito especial pelo Calixto, que fazia as honras da casa, pois segundo ele, o Lindolfo estava ensaiando um número para a roda de viola.
Como o grupo já é muito entrosado, todos já estavam em um papo muito gostoso e a Olga, o Expedito e eu, ficamos então, ouvindo o caso do Calixto sobre um de seus infartos.
Choramos de tanto rir, o que o faz merecer um post futuro e especial.
O Lindolfo, enfim chegou com o seu amigo violeiro, organizando tudo e chamando-nos à sua sala de jantar para a abertura dos trabalhos.
Ninguém estava muito para discurso e a palavra ficou finalmente com o “amigo cearense”, que recitou um poema de Fernando Pessoa.
Logo depois, o presidente Lindolfo, nos disse que os planos eram: sair em comboio para o Empório Caipira e encerrar os trabalhos no Rancho do Peixe.
Não sei o que significa comboio para eles, mas fui ao dicionário para uma pesquisa e olha o que encontrei:
Comboio: série de veículos que se deslocam juntos.
Mas o que aconteceu mesmo, foi que cada um partiu para um lado e ninguém sabia direito aonde ir e nem onde ficava o lugar.
Fomos seguindo um carro e sendo seguidos por outro e talvez isso não deixe de ser um comboio, de dois...
A paisagem era muito bonita.
O cheiro de terra molhada e da vegetação compensava a irritação do meu irmão Renato.
Mas como tudo que se faz com alegria sempre dá certo, chegamos enfim ao Empório Caipira.
Claro que o dono, o Alexandre, não tinha preparado a mesa e assustou-se, pois éramos aproximadamente 25 pessoas.
Isto não desanimou ninguém e cada um se acomodou à sua maneira.
A cerveja gelada logo chegou e foi-nos servido um tira-gosto de deixar qualquer bar do “comida de buteco” com inveja.
A cachacinha também rolou da forma mais profissional possível.
Olga e eu nos sentamos e eu fui logo falando que não sairia dali por nada.
Ela me afirmou que não me deixaria sozinha.
Grande amiga!
Aí, comecei a escutar um Sax e vi que o violeiro começou a tocar timidamente.
Mas logo a coisa esquentou e cada um dos gestores começou a cantar, com aquelas vozes maravilhosas, de quem sabe para o que veio.
Claro que o que rolou de mais novo foi aquela do Fagner: “Quem dera ser um peixe”, e depois, tudo de bom que uma roda de viola pode produzir.
Uma delícia!
Olga e eu comentamos a beleza daquele grupo, que tem em comum o gosto pela poesia, pela música, pela amizade e o amor às suas companheiras.
O mais apaixonado, parecia ser o Flávio Fagundes, que depois de quarenta anos de casado, cantou para sua mulher, deixando-a com os olhinhos azuis brilhando de paixão.
Todos os cantores foram se apresentando e nos divertimos muito, até que deu à hora de irmos para o segundo evento, o Rancho do Peixe.
Eu não pude ir, pois marquei com o meu marido R de irmos às 17hs para que ele não perdesse o seu Sagrado Jogo de Pôquer.
No nosso relacionamento, isso, eu nunca discuti.
Ele me disse que eu poderia ficar, mas como tinha combinado, eu já fui logo despedindo.
Estavam todos muito felizes, se despedindo com uma alegria de fazer inveja a qualquer grupo de crianças amigas.
O Lindolfo se despediu, reclamando com o meu marido R, por ele não querer ir para a segunda parte dos trabalhos.
Meu marido R, se desculpou dizendo que precisava ir, mas que adorou o encontro que aconteceu pela minha cobrança incansável.
Saí de lá leve e muito fortalecida pelos novos laços de amizade e aguardando por um novo encontro tão prazeroso como esse.
A minha máquina cor de rosa ficou sem bateria e não consegui tirar nenhuma foto, mas o amigo Pepino mandou as fotos postadas.
Preciso ressaltar que se o meu marido R não tivesse me chamado, eu estaria lá até hoje.
Por isso, não sei se posso realmente ser uma artista, pois a boemia não me deixaria trabalhar.
Mas como diz o meu irmão Cláudio: isto está cheirando a golpe...




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